Sobre o Jonas, o pombo Bolacho e uma caturra em apuros
- tiquenervosoart
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de jun.
Há algum tempo atrás, ainda a Albertina morava na Casa da Albertina, chegou uma caturra a uma outra casa lá perto.
Nunca contámos por aqui a história do Jonas, o primeiro amigo animal, companheiro da nossa dupla Tique Nervoso. À semelhança de qualquer criança, um companheiro animal era muito desejado na nossa casa. Certo dia, depois de longa espera, foi-nos dada permissão para abrirmos as portas a um novo amigo.
Foi assim que chegou o Jonas, a caturra que conquistou os nossos corações.
Passou os primeiros momentos mais tímido, recolhido na sua nova casa, mas rapidamente o ouvimos cantar alegremente. Depressa se adaptou: sentava-se connosco a ver televisão, roubava comida dos nossos pratos, roía os cantos das portas e arrancava as teclas dos comandos todos da casa. E também aprendeu tudo o que precisava. Quando queria um banho fresco, pousava na torneira da casa de banho e chamava alguém; quando queria sementes de girassol, bicava alguma coisa de cor vermelha; e quando queria água, bicava um copo. Pedia carinhos e festinhas a toda a hora e viajou connosco por todo o lado.
O Jonas nunca foi um passarinho de ficar recatado na sua gaiola, interagia com qualquer pessoa que aparecesse em casa e fazia questão de marcar a sua presença em qualquer evento que acontecesse por ali. Era um curioso explorador.
Infelizmente, numa destas explorações, comeu o que não devia enquanto ninguém estava a ver e, quando deu sinais de mal-estar, já não fomos a tempo de o ajudar. O Jonas foi uma grande perda que destroçou toda a família e nos deixou muito frustrados por não termos conseguido ajudar a tempo.
Deixou-nos, sem dúvida, muito amor e a certeza de que os animais têm muito para nos ensinar.
Diria que tudo isto começou com esta caturra tão especial.
Há poucos meses atrás, conhecemos uma caturra que precisava de ajuda tal como o Jonas, e desta vez chegámos a tempo, na verdade, foi o Bolacho que chegou a tempo.
Numa tarde como todas as outras, recebemos uma chamada urgente daquela pessoa para quem, habitualmente, somos nós a telefonar em caso de emergência. Estava uma caturra em apuros por ter comido o que não devia e precisava urgentemente de uma transfusão de sangue.
Fomos no carro com todos os que poderiam eventualmente ajudar.
O pombo
Bolacho era o candidato perfeito e, com todos os cuidados e precauções, doou do seu sangue para salvar esta caturra.
Foi com um quentinho especial no coração que recebemos a notícia de que esta caturra já levantava a crista, subia para o dedo e os seus olhos esbugalhados de caturra já voltavam a brilhar.
E o Bolacho voltou para casa sem qualquer complicação, como um verdadeiro herói.


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